sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Passageiro




“— Onde estamos?
— Já passamos o Éden.
— Bem; paremos na tenda de Abraão.
— Mas se nós caminhamos para trás! redargüiu motejando a minha cavalgadura.”

(O Delírio, Machado de Assis)






“PRIMIRUPPUEMA DI MAKINA D’ISCRIVIRI (MUTI-LLADÙ)”
Não é bertura
E só puemas
E só puemas são

É reflecxão sobri u tempu-paçça
U vazio Dadá
Sonhu vilipendiadu
Sobem lácrimas nunca ‘xistentes
Antigravitacionaiz-clepsidráulikas
Poi u Curação é plâncton
I discunjurar é peixe absal

Eu
Nada di’análisis ego-procurativas-resolutas-so’eu q’choro sobri mi
Soment’ ‘ma metalinguist’ ca
O’ simplis amor
O’ m sonhu boum
O’ hábitu
D’iscriviri
Numa makina discriviri

“<rev mmix>“

lembra dos fogos caindo
                    e o ano começando
lembra?
            os fogos caíram
                         os anos passaram
lembra de mim
lembra de nós
meteoros de artifício
o fogo perto, distante
incandescentes, cada um a seu lado
um mesmo lado, o de dentro

o fogo distantou, perdeu-se
hoje nem faíscas, nem fagulhas

“O pêndulo vivo”
As pessoas nas ruas
Não é possível sentir o gosto
Do caminho do protesto ou do trabalho
Nem doem os pés castigados pelo calor
Que passam amor, mudança e vida.

Eu vejo tudo passar sem surpresa
Porque se havia segredo eu o perdi
Pois o achei cedo demais
E nada surpreende porque tudo passa
A crueldade é dona passageira do tempo
Mas cativa seu lugar
Não há mais supresa.

Dou voltas nas ruas e ouço protestos
Dos que sentiram passar o desconforto
De viver nesse lugar
Ocupo o que passa
A mente ainda vive e vê e sobretudo estima
Mas surpresa não há
Vontade é desapontamento
Mas tudo passa e não há mais nada além do passar.

“O PASSAGEIRO E AS PASSAGEIRAS”
o passageiro tranpos as cidades
vilarejos e constelações milhares
estendido em barco solitário
com o revés d'estelares saudades
vislumbra um desejo que lhe redima
e lhe impinja um afeto tão profundo
como o mundo: o seu; relicário

nesse acaso endereçado
comunicado lado a lado
o passageiro re-encontrará
por momentos o sentimento-mór
desfazendo-se do vínculo com o pó
- no seu corpo poroso
duas almas se esparramam
cada uma tatuagem de um só tempo  

na sua infindável estrada
não se sabe pra onde vai
e de onde veio, não se volta

os passaportes do passageiro 
estão lotados de histórias-carimbos
memórias-nevoeiros
damas enevoadas: passageiras


"O agora passageiro"

As mãos espalmadas agora distantes
Olhar fixo, agora vago pelas brumas da lembrança 
O brilho negro dos olhos não conta nada do que se passou

O presente é o passado traduzido 
O efêmero se transforma em suspiro
E a revolta do coração contraditório afasta o que se foi

Oh sol que desponta desta madrugada em aurora 
Levando a lua companheira de minha insônia
Que trago agora neste dia que aflora?
Apenas versos do passageiro de um amor caipora.


"Passageiro sem sentido"

Levo a vida de passagem,
na bagagem uma mochila cheia de sonhos e prantos,
e da janela vejo o vento soprando o cansaço da estrada.
Sem destino e com um bilhete carimbado,
vejo o mundo do vidro, em pé, sentado, deitado,
num verdadeiro sinônimo coletivo dos sem sentido.
Ideias cravadas nas catracas da vida,
por favor não incomode
aquele poeta que escreve sob a via.



"Passagem"

Foi-se o tempo
que a tinha como mastro principal
de meu barco – a crença.

De tecidos foram tantos
que contá-los não me coube
porque tal julgamento
logo foi desfeito.

Aqui dentro
levo agora a indiferença
como guia astral.

Sou agora o passageiro que resta,
único rato a não saltar ao mar,
na certeza inópia
da servidão solitária.

Foi-se o tempo,
carregando consigo a crença e a coragem,
deixando para trás
esse maltrapilho errante,
passageiro único de um barco sem direção.

"Autônomo"

Soberbo e fútil. 
Incapaz e pretenso original.
Dependente.


Eu padeço de quebra de ritmo, mas chegaremos lá:
Passa, sempre passa
Vazio, é o presente que você traz
Passageiro, foi o prazer etéreo de sua proximidade
Porque passa, sempre passa
E cansa sua faceta de bondade
E não que ela seja mentirosa
Mas aquilo que não lhe acumula sucessos em grosa
Não lhe enferma em não ser respondido
Parecia eterno, parecia infinito
Mas vira clichê o que era bonito
Humano, e não em demasia
Comunicação imersa na afasia
Decepcionaram os bons sentimentos destinados a você
Vigilante foi meu carinho
E sim Cartola, o mundo é um moinho,
E o que senti reduziu-se a pó
Mas se te satisfaz, informo que já faz uns dias
Que da minha atenção você já está só
Torrencial, passageiro e dinamo,
Nossa vivência me trouxe alegria
Houve bonança, mas prefiro a calmaria
Da certeza de que tudo passa, sempre passa



“Motivo”
voltavolta voltavolta voltavolta voltavolta voltavolta voltavolta
Carpe diem
Por favor !
passando-no... s
enquantos
                                                     [Meu bisavô]
.....     ........   ...    .   ..         ?        .       .

Ajudem-me a limpar a casa !
Será quecego estou?
                                                                            ,
Ansiedade imensa porta fechada
É     v ão?
È     fr esta
Ferrugem...
Degredo
Ocaso
Poeira
Cinza
Deste porto nunca dantesnavegado
............        ......        !          ....      ...       .        .
ficafikaficafika ficafikaficafika ficafikaficafika ficafikaficafika
 . .  . . ..........        ........         .....          .          .  .
Amenófis lV
Átila
Gandhi
Jesus
Cleópatra
Zumbi
Madre Teresa
Che
São Francisco                        
                                                         [minha bizavó]

Hó antiquíssimos Impérios !

Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z     z
Inte
         grarei-me
                              à terra. ,,,,,,,,                        ,

ciranda
                                                        Lancheira

                   catapora             groselha

               giz                               algodão-doce
Amarelinha
                                       aniversário  

                         chuva                 ra
                                              gi      gi
                                                  ra
                                   amora
desenho

- Tem alguém ai?

Nenhum comentário:

Postar um comentário