quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Coletivo



"O medíocre fala de pessoas. 
O comum fala de fatos 
O sábio fala de idéias."
(provérbio chinês)






"Individualmentem"

Tomo o coletivo solitário
papéis e braços e sapatos e hálitos e aparelhos
.......................
Não bom-diam-me....
estálticos
espreiticos
ermosurbãnicos

.................................................................

Sento-me num meiodia no chão da Praça do relógio
manada-Discente automáticos ultrapassam-me
Determinados vão sua individual parte do trabalho coletivo farão
protocolares
reprodutores....

noite amordaçada
O sol não esperou
calculamos ainda mais zumbis
amanhã
didáticos
Individualizadamente didáticos

xxxxxxxxxx

"Primus"

Eu coleto:
sou denominador.
Você compartilha:
lança-se a rede.
Ele colide:
personifica a discussão.
Nos agregamos:
somos, da junção, definidos.
O estratagema é imbuído.
Nascemos ímpares
na ideologia.
Porém,
como tudo que resiste,
a essência
é imperativa:
surge o coletivo.
A fração é descartada.
A ideia está [in]completa!

xxxxxxxxxx

"omnibus"

navios negreiros do momento agora
neles 
                              brancos
mulatos
            cafuzos
mamelucos
                                           estrangeiros
e demais malucos, ambos brasileiros
em comum: todos aqui somos escravos
do capital, que não te(re)mos
do tempo, que se escasseia a cada semáforo
do espaço, que se acaba no contíguo
da vida
sofredia
suprimida nesse engarrafado
dia 
dia

omnibus
coletivos corretivos dos sonhos
parados ou se deslocando em meio aos corredores
nele ódio, amores, sono, som
convivem juntamente, justamente com os vivos
que compõe seu intestino
seu destino;
sua trilha  

xxxxxxxxxx

"Evasão"

Utopia de todo dia, poesia.
Diante dos lapsos inconscientes
do fazer humano recitamos a vida,
descrevemos a briza., Dos ventos
oriundos dos pontos cardeais
do nosso ínfimo consciente,
direcionamos um sentido suporte de
celulose, analógico/digital,
do registro das dores do pensar,
uma descarga filosófica com uma
corda mágica do pensar.

xxxxxxxxxx

"Deladecrentamento"

Ao mar daqueles que me banham
Na ardência da areia
Na amargura de seu gosto
Composta ao infinito que cansa os cálculos, os olhos com lentes
É o contraponto do mar, separados entre amor e ódio
Me banham mesmo assim

Um me suja, outro me limpa
Outro me limpa, todos se sujam
Me afogo no sólido
Me afogo no líquido
Me afogo no composto que está oposto a tudo que me cerca

C'um punhado da medida da minha mão rogo uma oração
Os infinitos caem pouco a pouco numa beleza ordenada
E tudo ainda acontece
Não me ouvem, não calam
São compostos e nasceram para banhar

Sinto a provocação da maré
E o arder da areia que ajudada pelo sol expressa sua vontade de queimar
E o arder salino que me banha refrescando
Acaricia e me pune
São compostos, opostos
Fazem o que querem comigo
E luto para fazer o que quero com o composto

Posso acabar engolido
Não importa onde
Posso acabar


* Imagem retirada daqui

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