"Sou
uma Sombra! Venho de outras eras,
Do
cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de
recônditas reentrâncias,
Larva de
caos telúrico, procedo
Da
escuridão do cósmico segredo,
Da
substância de todas as substâncias!"
Augusto
dos Anjos
Silenciosas
As
sombras
São
sobras
De
assombrações
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E isso
eu digo aos supersticiosos,
os medrosos
de alma pueril:
Mesmo o
Reino das Sombras
precisa
de uma resma de luz,
uma oblíqua
fagulha luminosa,
para existir.
É lá que me encontrarás.
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O lado
encoberto. Incrustado na penumbra, desencarnado daquilo que já não é.
Trata-se
de privar momentaneamente o que ainda não se mostra.
Após o
raio só se vê que não existe mais.
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Da penumbra que deslumbra.
Do reflexo do mistério.
Do escuro do obscuro.
Do espelho negro que remonta.
Da sombra que perfila.
A sua forma moldada, definida.
Do reflexo do mistério.
Do escuro do obscuro.
Do espelho negro que remonta.
Da sombra que perfila.
A sua forma moldada, definida.
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[Hades! Ó, Hades estar
Rendentar,
Rebentos
Nascem
pela ferida de Jesus
Lança de
Longinus
Escorrendo
o sangue que escurece
Ao se
coagular]
O tempo
nos escurece
Quando
deitamos e nos entregamos
Ao seu
altar
Atrás dos
olhos não há Zeus
Dentro
dos olhos
Não há
nenhum deus
Somente a
carne
Que
empretecerá
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por sob a
sombra
do seu
passado
se arvorece-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Assombro
Ontem
fui ao enterro de um amigo de infância
E
ele não só estava morto como também tinha aspecto de morto
Cheguei-lhe
bem de perto...meio metro...incrédulo...
Fiquei
ali olhando...estupefato
...
Através
do caixão a gravitacional parecia tragar-lhe
A
pele do rosto achatava-lhe a face..
A
expressão escapava-lhe..como imensa planície
Que
os músculos frontais não possuíam a mecânica dantes
.....
derramavam-lhe
O
conjunto todo parecia ruir...desmanchar-se..diluir-se
O
Pacheco seguia...sem deixar recado...mas pra onde?